O Excesso de Importância

Atribuir importância excessiva a esses fatores é a nossa norma cultural.

Foi isso que nos foi ensinado pelos nossos pais e que foi ensinado aos nossos pais pelos seus pais, e assim sucessivamente até o primórdio dos tempos.

Exigir que isso seja diferente é loucura.

Mas também é loucura persistir nos mesmos padrões se existe um caminho diferente.

🗝️ A Prisão da Percepção

A importância excessiva que atribuímos a eventos externos e a nós mesmos, é uma forma de escravidão - um auto-aprisionamento da mente.

Sem perceber, negociamos a nossa felicidade em prol do que acreditamos ser a realização dos nossos objetivos. Porém, confundimos os meios pelos fins.

O que quero dizer com isso é que perseguimos objetivos externos com fins de realização interna, sem perceber que a Verdadeira Realização é auto-contida.

Eu costumava acreditar que precisava manipular o ambiente externo para obter certos resultados - resultados que me fariam sentir de uma forma específica.

Isso é uma verdade parcial (ou uma meia mentira).

😵‍💫 O Ciclo da Falta

Nos sentimos bem na medida em que nossas crenças nos permitem.

Se buscamos a externalidade para ajustar uma percepção interna - ficaremos correndo atrás dos nossos rabos pelo resto da vida.

Isso não significa que devemos ignorar nosso ambiente externo.

Uma pessoa que deseja melhorar a saúde, viver de forma mais saudável ou ter um corpo mais atraente carrega um desejo legítimo.

O desejo carrega a semente da realização.

Mas essa pessoa frequentemente age a partir da falta.

Ela se sente inadequada. Mais feia. Sente dor, medo e estresse. Por isso busca fugir manipulando variáveis externas para obter um corpo mais saudável e atraente.

Isso é correr atrás do vento.

Nossa filosofia se torna cíclica, quase recursiva. Você busca o que sente falta porque sente falta. Quando conquista o que sente falta, não preenche a falta.

A falta sempre esteve lá. Você apenas deu um nome a ela.

🪷 A Raiz de Todos os Desejos

Você decidiu que a falta era seu corpo. Outros decidem que é a conta bancária. Outros, um relacionamento amoroso. Outros, alguma causa política.

Cada um, devido ao seu condicionamento, decide qual será sua falta.

O convite das filosofias espirituais é o mesmo: olhar para a raiz da falta. Olhar para a raiz do que gera esses desejos. Perceber que, no fim, existe apenas um desejo pela paz, harmonia e satisfação.

Buscar harmonia através da manipulação de variáveis externas é uma busca infundada.

Sua realidade interna deve ser construída a partir da sua experiência subjetiva. A partir da investigação das crenças. A partir da auto-observação.

Essa prática da mente disciplinada cria espaço de quietude e paz na consciência.

Feito esse processo, naturalmente surgirão ações que modificarão o ambiente.

🔄 A Ordem Correta

Ao invertermos a ordem, fazemos uma análise superficial do nosso cenário interno antes de correr para a ação. Isso cria ações desordenadas, apressadas, baseadas no medo, raiva, orgulho e desejo.

Não na coragem, amor, pertencimento e vontade.

Os grandes mestres da humanidade nos ensinavam um segredo simples:

Buscai primeiro a prática do amor para então ser amado. Buscai primeiro a consciência de ser para que então tenha ou experiencie o estado desejado.

Toda experiência material tem o mesmo fim: a realização de que você é co-criador dessa experiência.

Não existe sujeito, não existe objeto. Somente consciência, somente amor.

🪞O Espelho da Consciência

Cada indivíduo manifesta o que carrega como sua frequência da consciência.

Alguns manifestam falta, outros raiva, outros orgulho. São apenas variações da mesma consciência, demonstrando o nível de proximidade ou distanciamento da sua essência.

Em essência, todos somos a mesma coisa. Todos somos filhos do mesmo pai. Todos viemos do mesmo silêncio e para ele retornaremos.

Retomar essa percepção é lembrar-se de quem realmente somos. É sentar novamente no centro da consciência e parar de viver nas periferias da experiência.

Nas periferias, estamos constantemente preocupados com o movimento do espelho. O espelho é nossa experiência da realidade que reflete nossa consciência, nossas crenças, aquilo que acreditamos de forma mais profunda e verdadeira.

Se você está em frente a um espelho, precisa sorrir para que o reflexo sorria.

A Realidade é reflexo da sua consciência. Aquilo que você tem consciência de ser se torna sua Realidade objetiva.

📌 A Decisão de Alinhamento

Ao observarmos nossos pensamentos, perceberemos o que acreditamos. Não aquilo que gostaríamos de acreditar, mas aquilo que de fato acreditamos.

Mas basta uma decisão. Uma verdadeira decisão para mudar todo o direcionamento da sua consciência.

É uma decisão de alinhamento.

Você se alinha com prioridades que chamamos de "espirituais". Mas esse termo carrega preconceito e estigma. Prefiro pensar que você se alinha pelo contexto.

O contexto é sua consciência. O que você experimenta. Como se sente. As crenças que carrega.

Quando você decide assumir toda a responsabilidade pela sua experiência de vida, algo muda. Você aceita que sua experiência é consequência do seu nível de consciência.

💪 O Teste da Determinação

Quando se alinha verdadeiramente com essa verdade, você se move na direção de ações diferentes - ações de coragem, de vontade, de amor, de paz, de iluminação.

Quando decidimos realizar este processo de alinhamento, experienciamos desafios. Nossos sentidos e nossa vida percebida nos apresentam resistência - uma forma de validação.

Se você está disposto a fazer essa mudança, eventos podem surgir para testar sua determinação. Algo acontece na sua vida. Você sente vontade de olhar para fora e perguntar: "Por que eu? Por que comigo? O que fiz para merecer isso?"

Está tudo bem. Você pode precisar colocar tudo isso para fora.

Durante este processo, aproveite para perceber algo importante. Existe uma parte do ego que gosta dessa experiência de ser vítima. Ela carrega sua vergonha, culpa e apatia. Com orgulho, mantém a lista de motivos pelos quais não pode estar bem.

É disso que precisamos abrir mão.

🔮 Acordando Dentro do Sonho

São através dessas pequenas recompensas ocultas que o ego deriva seu vício no sofrimento.

Elas nos fazem ficar apegados ao processo de ser antigo. Não conseguimos nos alinhar com valores que trazem a verdadeira experiência de consciência em paz.

Uma consciência centrada. Que não é folha ao vento. Que não se deixa comandar pelas externalidades.

É como estar acordado dentro do próprio sonho.

💭 Reflexão da Semana: Que importância excessiva você tem dado às circunstâncias externas? Como pode redirecionar essa energia para o cultivo interno?

🌟 Para Lembrar: A verdadeira realização não vem de conquistar o mundo externo, mas de reconhecer a plenitude que já existe dentro de você.