A Vida Cuida da Vida

Carta aberta de agradecimento a vida.

Obrigado!

Obrigado por mais esse dia.

Por mais essa oportunidade de escrever, de pensar, de sentir, de viver.

Cada dia que passa sinto que mais uma camada de ilusão é removida. Pouco a pouco, de forma gentil, e por isso sou grato.

A capacidade de amar vem aumentando e isso me alegra muito.

Uma paciência e energia crescentes que vem a partir da realização da perfeição do momento presente.

Quem diria que tanto movimento poderia vir a partir do Amor e não do desejo?

Por essa descoberta sou grato.

A Pergunta Essencial

Cada dia em si é um presente, cada momento o infinito. Tudo aqui e agora.

Quem é esse que lê o texto? Quem é esse que escreve?

Não de maneira superficial, associada à personalidade, mas de forma mais profunda.

Não seria a mesma experiência subjetiva compartilhada que permite que possamos entender uns aos outros? Independente da história e individualidades de cada um.

Parece existir um substrato básico compartilhado.

O Amor pela Verdade parece nos levar a essa percepção. A capacidade crescente de compaixão e de entendimento para além da lógica.

A ausência da necessidade do pensar como forma de compreensão.

O Espaço da Consciência

O conhecimento intuitivo e a sensibilidade ao momento presente são capacidades que parecem florescer com a redução da importância atribuída à personalidade e a observação do espaço da Consciência.

O espaço naturalmente é calmo. Porém a atenção tende a girar em torno dos mesmos padrões mentais. Mesmas emoções e ritmos.

Lembrar-se de trazer a atenção para o espaço ao invés dos pensamentos ajuda a percebermos o silêncio que permite que os pensamentos ocorram.

Esse silêncio acalma e lembra a sensação de um retorno para casa após uma longa viagem.

Parece que quanto mais atenção conseguimos dar ao silêncio, temos mias facilidade em lidar com todos os aspectos da nossa experiência.

É muito bonito todo esse processo.

Essa é a realização de que a Vida cuida da Vida.

Obrigado por isso!

O Termômetro da Verdade

Mas como saber se estamos indo em direção à Verdade?

Acredito que a forma de percebermos isso é através da melhora da qualidade da nossa experiência subjetiva. Isso ocorre de maneira desatrelada do mundo externo.

Ou seja: neste caso a relação de causalidade entre melhora do mundo externo resultando em uma melhor experiência subjetiva é desfeita.

O padrão usual é o pensamento oposto: busco melhorar as qualidades externas com objetivo final de me sentir de uma determinada forma.

O que faz sentido até certo ponto, porém parece haver uma limitação nessa forma de lidar com a realidade. Nos acostumamos rapidamente com as mudanças externas e existe um senso de falta que nunca é, verdadeiramente, preenchido.

A Lacuna Preenchida

Essa lacuna parece ser preenchida à medida que caminhamos em direção à Verdade.

À medida que somos capazes de ver através da ilusão de que nossa experiência subjetiva é causada pela externalidade. E percebemos nossa capacidade de, através do direcionamento da nossa atenção, gradualmente expandirmos nossas capacidades de compaixão, paciência e compreensão.

Essa realização vai gradualmente aparando as arestas da personalidade, resultando numa experiência mais agradável de vida.

Acredito que essa, de alguma forma, é uma boa referência para o quão próximo estamos da Verdade.

Isso não significa viver em um mundo de fantasia onde tudo é maravilhoso. Mas sim perceber que existe uma habilidade inata humana de estar em paz em meio mesmo aos maiores desafios.

Encontrar essa capacidade é um encontro com Nós mesmos.

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Obrigado pelo seu tempo e atenção,

Vejo você semana que vem.

Jonata Santos

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